Mais de 2.400 pessoas com deficiência puderam assistir ao espetáculo “Circo do Palhaço Picolé – Incluindo Alegria” no interior do Paraná. 

Com esquetes cômicas, mágica e atividades circenses adaptadas para pessoas com deficiência, o projeto “Circo do Palhaço Picolé – Incluindo Alegria” encantou o público em 15 municípios do Paraná. Idealizado pelo artista circense Robert Salgueiro e voltado à inclusão social, o espetáculo percorreu o Estado entre maio e junho, levando diversão e protagonismo aos participantes.

A iniciativa contou com a produção da ABC Projetos Culturais e foi viabilizada por meio do PROFICE – Programa de Fomento e Incentivo à Cultura do Governo do Paraná, com apoio da empresa Continental. Ao todo, foram realizadas 30 apresentações e 15 oficinas de técnicas circenses voltadas para pessoas com deficiência, professores e frequentadores das instituições participantes.

O projeto passou por cidades com população entre 20 mil e 70 mil habitantes: Andirá, Arapoti, Assis Chateaubriand, Bandeirantes, Coronel Vivida, Dois Vizinhos, Mandaguari, Mandirituba, Marialva, Ortigueira, Paiçandu, Palmas, Pitanga, São Mateus do Sul e União da Vitória. As apresentações reuniram um público de 2.429 pessoas, enquanto as oficinas contaram com 552 participantes.

Nascido e criado no circo, Robert Salgueiro tem mais de oito anos de experiência com oficinas para pessoas com deficiência em Ponta Grossa, através de parceria com a Fundação de Assistência Social. Essa vivência foi fundamental para a criação de produções culturais que valorizam o potencial de cada indivíduo, independentemente de suas limitações.

Robert comenta que, após levar o espetáculo aos quatro cantos do Paraná, o sentimento da trupe é de dever cumprido. “O mais emocionante foi ver cadeirantes, pessoas com Síndrome de Down, crianças, todas juntas, participando ativamente, fazendo mágica, interagindo, sendo protagonistas. São momentos que marcaram nossa trupe”, afirma Robert.

Para a equipe, os objetivos do projeto foram superados. “Nas oficinas, além de experimentarem cada modalidade proposta, os participantes apresentaram no final o que haviam aprendido numa mostra de talentos”, explica Robert. Ele complementa que no decorrer da turnê observou a mensagem do espetáculo sendo transmitida e ressalta o carinho que receberam durante todo o caminho.

O impacto foi tão positivo que a APAE de União da Vitória prestou uma homenagem à equipe, destacando a sensibilidade e respeito do projeto. “O nome do grupo reflete perfeitamente a missão e o coração de cada um dos integrantes. Vocês não vieram apenas para apresentar um espetáculo – vieram para incluir com amor, respeito e sensibilidade, levando alegria genuína a todos que participaram”, publicou a equipe da APAE.

Já a APAE de Marialva concedeu ao grupo um selo de Amigos da APAE, reconhecendo o trabalho desenvolvido junto à comunidade. “Fomos pegos de surpresa. Receber essas mensagens de carinho e motivação foi algo maravilhoso” expõe Geovana Salgueiro, que atuou ao lado de Robert em todos os espetáculos. Para ela, atitudes como essas estimulam a continuar, porque é um indicativo que o trabalho está sendo bem executado.

Para a diretora da Escola Dom Jaime Luiz Coelho APAE de Mandaguari, Rosângela Aparecida, a arte é uma ferramenta de expressão, inclusão e desenvolvimento que, para o público PcD, oferece meios alternativos de comunicação, além de reforçar a autoestima e ampliar o repertório emocional e estímulo da criatividade. Ela também ressalta que a arte influencia de forma positiva no campo interpessoal, porque promove respeito às diferenças, o trabalho em equipe e a empatia.

A diretora expõe que projetos como esse ainda são raros, mas que sempre que recebem são experiências enriquecedoras, de pessoas que acreditam no poder da arte como direito de todos. “Além de proporcionarem acesso à cultura e ao entretenimento, eles contribuem significativamente para a inclusão social, o respeito à diversidade e a valorização da pessoa com deficiência como parte ativa da sociedade, o circo, por sua linguagem universal e lúdica, cria um ambiente acolhedor, estimulante e repleto de possibilidades sensoriais, emocionais e cognitivas”, enfatiza.