A indústria paranaense cresceu 24,1% entre abril e maio deste ano. O indicador positivo aparece depois de dois meses seguidos de queda acentuada por conta dos reflexos provocados pela pandemia do novo coronavírus e é o melhor resultado do País. A indústria nacional cresceu 7% nesse período.

O salto mostra sinais de recuperação da economia e da confiança do setor no Paraná, mas o indicador representa, sobretudo, um comparativo com um desempenho muito negativo observado no resultado mensal anterior, que apontou queda de 27,4% – reflexo da paralisação no período para conter os efeitos da Covid-19.

Na comparação com maio do ano passado, as perdas atingiram 18,1%, mas estão entre as menores na comparação com os outros estados nesse recorte. Em abril de 2020, frente ao mesmo mês de 2019, a indústria paranaense chegou a registrar queda de 30,6%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional e foram divulgados nesta última quarta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No acumulado do ano (janeiro a maio) a produção industrial recuou 8,9% no Paraná. O resultado dos últimos doze meses, também impactado pela crise econômica, aponta queda de 2%. Nesses dois quadros o índice nacional é mais negativo, de -11,2% e -5,4%, respectivamente.

SETORIAL – Na análise setorial feita entre maio de 2019 e maio de 2020, apenas quatro dos 14 ramos divulgados apresentaram taxas positivas no Paraná: produtos alimentícios (1,8%), celulose, papel e produtos de papel (4,8%), derivados de petróleo e biocombustíveis (6,6%) e produtos químicos. As perdas mais acentuadas foram em veículos automotores, reboques e carrocerias (-60,7%), máquinas e equipamentos (-46,4%), produtos de madeira (-37,3%), máquinas e materiais elétricos (-31,4%) e móveis (-25,2%).

No acumulado de 2020, apenas derivados de petróleo e biocombustíveis (9,3%), indústria alimentícia (6,9%) e celulose, papel e produtos de papel (6,5%) registraram variações positivas na comparação com os cinco primeiros meses de 2019. Houve perdas significativas em veículos automotores, reboques e carrocerias (-38,3%), máquinas e equipamentos (-32,5%) e produtos de madeira (-21,1%).

CONTRASTE – Os números divulgados pelo IBGE contrastam com a produção industrial alcançada ao longo de 2019 no Estado. O Paraná registrou crescimento de 5,7% no ano passado, enquanto a indústria nacional ainda vinha tentando recuperar seu potencial e apresentou recuo de 1,1%. O resultado foi o maior do Estado desde 2011, puxado por veículos automotores, reboques e carrocerias (25,7%), máquinas e equipamentos (9,5%), alimentos (8,8%), produtos de metal (7,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,3%).

A produção industrial paranaense também cresceu 3,1% no primeiro bimestre (janeiro e fevereiro) de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. O crescimento nos dois primeiros meses esteve entre os melhores do País. Nesse índice, apenas nove locais pesquisados pelo IBGE apontaram variação positiva.

NACIONAL – Segundo o IBGE, na série livre de influências sazonais, 12 dos 15 locais pesquisados alcançaram taxas positivas na passagem de abril para maio de 2020. O comportamento reflete, principalmente, o retorno à produção (mesmo que parcialmente) das unidades fabris após as interrupções geradas por efeito da pandemia de Covid-19.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor industrial recuou 21,9% em maio de 2020, com 14 dos 15 locais pesquisados apontando resultados negativos. Além do efeito-calendário negativo, já que maio de 2020 (20 dias) teve dois dias úteis a menos do que igual mês do ano anterior (22), o órgão destaca entre os motivos a diminuição do ritmo da produção por conta da influência dos efeitos do isolamento social. Fonte: Aenpr / Foto: Gilson Abreu.