Será realizado nesta quinta e sexta-feira (13 e 14), a terceira edição do Fórum Paranaense de Turismo Religioso 2020. Seguindo o atual formato dos demais eventos com participação da população, o Fórum, que atrai centenas de paranaenses, anualmente, será acontece de forma virtual.

Segmento é um dos mais fortes do turismo do Paraná. O encontro virtual terá a participação do vice-governador Darci Piana, do secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes; do presidente da Paraná Turismo, Jacob Mehl; de representantes de destinos turísticos, de empresas e da população em geral. Nos dois dias, as atividades serão das 9 às 11 horas, a partir de lives (vídeos ao vivo).

O evento será realizado por meio de uma plataforma online e será transmitido pelo Youtube através dos links:

Quinta-feira -https://www.youtube.com/watch?v=cT2_bENPM8s

Sexta-feira  – https://www.youtube.com/watch?v=i9y_pAbArvs

PROPOSTAS – O Fórum Paranaense de Turismo Religioso tem como proposta contribuir para a qualificação do setor religioso no Estado, aumentar o fluxo de visitantes e melhorar a economia regional. Neste ano, Paranaguá sediaria o evento. Devido à pandemia, os organizadores optaram pelo não cancelamento e a adaptação da programação com as ferramentas disponíveis na internet.

Além de evento técnico da área do turismo, o Fórum é uma oportunidade de reflexão sobre o momento atual, já que o turismo religioso, assim como as demais modalidades, está praticamente parado, fazendo com que romeiros e excursionistas em geral deixem de visitar atrativos ligados à religiosidade. O cenário imposto pela pandemia faz com a espiritualidade tenha que ser praticada de formas diferentes.

SUPORTE – O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, participa da abertura do evento, que se tornou uma importante ferramenta para preparar os organismos do setor, dar suporte referente a espiritualidade e auxiliar as comunidades de uma forma geral.   “O turismo religioso é um segmento muito importante para fortalecer a fé das pessoas e como fonte de renda para os municípios que abrigam esses atrativos”, diz o secretário. “Essas localidades estão entre os destinos mais escolhidos por turistas que buscam experiências ligadas a fé e esperança. Além disso, o turismo religioso colabora no desenvolvimento socioeconômico sustentável do Paraná com toda a sua riqueza cultural”.

Para Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo, o Fórum é uma importante oportunidade de incrementar, incentivar e organizar o turismo religioso no Estado. “São representantes de cinco estados brasileiros, aproximadamente 150 estudiosos e milhares de devotos acompanhando. A religiosidade faz parte da vida de quase todas as pessoas e posso afirmar que temos o maior interesse no sucesso desse evento, por que ele é a síntese do segmento do turismo que mais cresce no mundo”, resumiu.

EVENTO – Ao realizar o Fórum de forma virtual, os organizadores apostam em um número maior de participantes que o registrado nas edições anteriores. Segundo o gerente de turismo do Serviço Social do Comércio (Sesc-Paraná) e representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomercio-PR), Giovanni Bagatini, a ideia foi não deixar a data passar em branco.

“Com o evento online, conseguimos atingir um número maior de participantes do mundo todo que têm interesse em conhecer o turismo religioso do Paraná”, disse. “Nós, seres humanos, precisamos de um propósito para seguirmos em frente e a fé traz esse suporte. É muito comum usar as religiões para a busca pela paz, a compaixão e a cooperação, que são muito importantes nesse momento difícil”, acrescenta.

Para o coordenador do Grupo de Trabalho (GT) do Turismo Religioso, que coordena o evento, Eliseu Rocha, a reflexão que pode ser feita entre a religiosidade e o momento atual é que há uma desconstrução em andamento do ser humano.  “O que aconteceu com todos nós nesse momento de pandemia é que fomos ‘desinstalados’, ou seja, aquilo que estávamos habituados a fazer no automático foi desconstruído”.

Nesse ponto é que entra a relação com o turismo religioso, segundo Rocha. “Olhando para dentro da gente, é isso que a religiosidade e a fé vão trazer. Eu acredito que o turismo religioso vai propiciar um ganho de saúde mental para as pessoas nas atuais circunstâncias em que vivemos. É primordial trabalharmos esse equilíbrio, porque muitos não terão condições de encontrar essa luz sozinhos”.

Segmento representa 24,6% do volume de visitantes – No Paraná, o turismo religioso vem crescendo, principalmente, pela grande religiosidade do paranaense, identificada a partir que quatro matrizes de tradições religiosas: oriental, indígena, africana e ocidental. A ecleticidade cultural faz com que o segmento seja bastante representativo no Estado. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ministério do Turismo e Sebrae, está à frente de todos os demais segmentos, com 24,6%.

Além disso, é o terceiro em número de atrativos distribuídos em quase todo o território paranaense. As rotas abrangem diversos municípios e regiões turísticas, entre elas a Rota do Rosário, na Região Turística Norte Pioneiro, e a Rota da Fé, na Região Turística Ecoaventuras, Histórias e Sabores. Esses fatores fazem com que o turismo religioso, aliado ao turismo cultural, seja o segundo segmento com mais roteiros no Estado (28%), atrás apenas do Ecoturismo e Turismo de Aventura.

O turismo religioso faz a diferença no município de Lunardelli, na região do Vale do Ivaí, com o Santuário de Santa Rita de Cássia, que a cada ano recebe mais visitantes, beneficiando diretamente a população local. Ao redor do santuário são montadas feirinhas onde são vendidos produtos locais, como mel, frutas, verduras e pães, que geram renda e movimentam a economia, transformando a realidade das famílias que fazem as vendas.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério do Turismo, a religião move, aproximadamente, 17 milhões de turistas brasileiros pelo País, anualmente. Em momentos de exceção, quando não são permitidos deslocamentos, a fé se torna uma prática individualizada e mais intensa. Esse segmento abrange todas as religiões, além de permitir ao visitante aprender sobre história, cultura e costumes locais.

Economicamente, o Brasil é o quinto país no mundo que mais se beneficia com os impactos do turismo no Produto Interno Bruto (PIB) e o turismo religioso é parte inerente desse processo.  Isso ocorre porque o turista não faz apenas o papel de visitante no destino. Mais do que isso, ele é um consumidor, pois se alimenta, hospeda e desloca usando o transporte público, movimentando diversos setores da economia em uma única visita.

Histórico e organização do Fórum – A primeira edição do Fórum foi realizada em outubro de 2018, em Curitiba. O evento reuniu palestrantes de cinco estados – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará e São Paulo, com inscrições de oriundas de 57 municípios paranaenses e participação de 150 estudiosos do tema.

Em 2019, a segunda edição foi realizada em Maringá, com 185 participantes de 42 municípios paranaenses e palestrantes de quatro estados (Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás).

O GT do Turismo Religioso é formado por representantes da Associação Inter Religiosa de Educação (Assintec), que representa as matrizes religiosas indígena, ocidental, africana e oriental; da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Regional Sul 2 e Pastoral do Turismo, que representam a Igreja Católica; de empreendedores e gestores estaduais do turismo religioso (público e privado); das organizações de apoio ao turismo religioso no Paraná: Sistema Fecomércio do Paraná e Paraná Turismo.

É coordenado por Eliseu Rocha e dividido em três câmaras: Planejamento, coordenada por Alessandra de Paula Xavier; Produtos, coordenada por Pedro Kempe; e Capacitação, coordenada por Waldirene Meneguetti. Os painéis serão mediados pela diretora técnica da Paraná Turismo, Isabella Tioqueta. Fonte: Aenpr / Foto: José Fernando Ogura.