Nos últimos dias, milhares de agropecuaristas do Paraná foram informados pelo governo estadual, via mensagem de celular, sobre a suspensão da Tarifa Rural Noturna (TRN). O benefício criado em 2007 permite, por meio da Lei Estadual 19.812, aprovada em fevereiro de 2019, que os produtores paranaenses, principalmente os envolvidos com avicultura, suinocultura, piscicultura e pecuária de leite, tenham o desconto de 60% na tarifa para consumo rural no horário entre 21h30 e 6 horas.

Diante da medida adotada pelo governo estadual, que surpreendeu o setor produtivo rural, a FAEP está trabalhando junto aos poderes executivo e legislativo para a continuidade do Programa Tarifa Rural Noturna que atualmente beneficia 12 mil produtores.

“São 12 mil produtores, mas, na atividade, tem mais quatro, cinco famílias de trabalhadores rurais que ajudam diretamente na produção. Ou seja, o número de pessoas que serão atingidas por essa medida é muito maior, talvez podendo chegar a 200 mil”, destaca o presidente da FAEP, Ágide Meneguette. “Esse não é o momento para essa tomada de decisão. Diante desta pandemia do coronavírus, mais do que nunca, o campo precisa continuar produzindo para garantir os alimentos para população”, reforça.

A energia elétrica é um insumo importante na agropecuária paranaense, podendo chegar a mais de 20% da composição de custos em algumas atividades. Assim, a TRN é um instrumento utilizado pelos produtores rurais, principalmente os envolvidos com avicultura, suinocultura, piscicultura e pecuária de leite, para equilibrar os custos de produção. Ou seja, o fim do benefício irá inviabilizar a continuidade de diversas atividades agropecuárias em todas as regiões do Estado, que já trabalham com margens apertadas.

“A suspensão da Tarifa Rural Noturna terá impactos diretos na produção paranaense. Muitos produtores não irão conseguir pagar o financiamento da granja, comprar insumo ou mesmo trabalhar na atividade. Em algumas regiões, caso seja mantida a suspensão do benefício, irá aumentar em 30% o custo de produção”, aponta Carlos Bonfim, presidente da Comissão Técnica de Avicultura da FAEP.

Fonte: Faep / Foto: Divulgação