Iniciativas refletem esforço para enfrentar o impacto social e econômico dos sinistros de trânsito

Curitiba, novembro de 2024 – Nas eleições municipais de 2024, candidatos eleitos nas grandes capitais brasileiras propuseram iniciativas variadas para melhorar a segurança no trânsito, com foco em fiscalização, mobilidade e redução de sinistralidade. Em São Paulo, planejam reforçar a atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e implementar câmeras corporais para agentes, buscando aumentar a presença policial e o monitoramento em áreas de risco, além de políticas específicas de prevenção para pedestres e ciclistas. Há também planos para melhorar a sinalização de trânsito e reduzir os pontos de colisão, especialmente nas periferias onde a vulnerabilidade é maior?.

Já em Vitória (ES) e em Belo Horizonte (MG), propostas incluem investimentos em tecnologia de monitoramento com reconhecimento facial e integração de dados de tráfego. Essas medidas visam a coleta de informações em tempo real sobre os pontos mais perigosos e o gerenciamento de crises e sinistros, especialmente em horários de pico.

No Rio de Janeiro, o eleito planeja intensificar o uso de radares e faixas de segurança em vias com altos índices de sinistralidade, além de ampliar campanhas educativas para conscientização de motoristas e pedestres. Campo Grande (MS) e Porto Alegre (RS) também querem implementar melhorias no transporte público como forma de reduzir o volume de carros e, assim, minimizar sinistros em vias urbanas. A meta comum entre os estados é não só a redução de sinistros, mas também criar uma cultura de trânsito seguro e sustentável nas principais vias das capitais.

Quanto custa um sinistro de trânsito?

Todas essas iniciativas refletem um esforço para enfrentar o impacto social e econômico dos sinistros de trânsito, priorizando a segurança dos cidadãos nas vias urbanas. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o custo dos sinistros de trânsito no Brasil é estimado em R$50 bilhões por ano. O custo das vidas perdidas nesses sinistros é estimado em R$180 bilhões, com cada óbito representando, em média, R$ 536 mil. “Calcular, de fato, quanto custa uma vida perdida no trânsito é impossível. Não existe pesquisa capaz de precificar  a ausência de quem saiu de casa para ir ao trabalho, estudar ou a uma festa e nunca mais voltou”, contextualiza Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.

Além de salvar vidas, pensar e planejar a mobilidade urbana nas capitais brasileiras é essencial para enfrentar desafios como congestionamentos, emissão de gases poluentes e a qualidade de vida dos cidadãos.

“A adoção de tecnologias de monitoramento, melhorias na infraestrutura viária e a promoção de alternativas de transporte mais sustentáveis (como ciclovias e transporte público de qualidade) podem diminuir as taxas de sinistros, incentivar comportamentos mais seguros e colaborar para uma melhor qualidade de vida nas grandes cidades”, comenta Campos.

Além disso, a mobilidade urbana tem importante papel na inclusão social. Um sistema de transporte eficiente e acessível permite que mais pessoas tenham acesso a oportunidades de emprego, educação e lazer, além de reduzir as desigualdades sociais. “As capitais brasileiras enfrentam o desafio de modernizar suas vias e sistemas de transporte, considerando aspectos como sustentabilidade, segurança e eficiência, de modo a criar um ambiente urbano mais integrado e humano para essa e para as próximas gerações”, completa Campos.